Cultura

Negra, surda e Alice

Moiza Machado

‘Eu sou Alice’- diz a clássica personagem de Lewis Carroll, da obra Alice no país das Maravilhas. Mas, se você espera a menina de cabelos loiros e olhos azuis, que a Disney imortalizou, esqueça, quem vive a personagem é Brenda Artigas, atriz negra do grupo Signatores. E não é apenas uma Alice ‘brasileira’ o único paradigma quebrado pelo grupo. Brenda é surda, assim como todos os demais atores, que encenam a adaptação da obra, com mais de 150 anos, em Linguagem Brasileira de Sinais (LIBRAS). A peça propõe uma inversão de papéis, encenada para surdos, propicia acessibilidade para os ouvintes com dois narradores que dão voz aos personagens. Continuar lendo

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Reportagem Especial

Cidade em baixa

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Moiza Machado

Poucos poetas souberam ler tão bem uma cidade quanto o alegretense Mário Quintana soube ler sua Porto Alegre. Sobre ela, certo poema seu diz: “há tanta esquina esquisita”. Foi numa delas, obscura e incompreensível, cruzamento da Barão de Gravataí com a Travessa do Pesqueiro, que foi escrita com sangue uma página que nem mesmo Augusto dos Anjos, poeta da morte, ou José Padilha, criador e roteirista de Narcos, poderia conceber.

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Crônica

De cada um desses loucos, nós temos um pouco

Imagine: você estuda por toda a vida, desde os 5 ou 6 anos até se aposentar. Nesse longo espaço de tempo, por um bom período ou na totalidade, você é mal remunerado, desrespeitado e não tem o devido valor reconhecido. Você reclama, afinal, merece receber um justo salário. Mas então, o seu ‘patrão’ manda a polícia bater. Um outro, parcela seu minguado ordenado, depois de debochar do fato de você não receber o cabido valor pelo afã do seu labor. Isto não sendo suficiente, você é desrespeitado país a fora, por quem deveria lhe agradecer. Continuar lendo

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